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Em busca do marco perdido!

Caros, segue relato do passeio que eu e o presidente Wil fizemos no sábado, dia 7 de maio de 2016. Como sempre, um ótimo passeio de moto, mas este foi especial porque envolveu mapas e história de Brasília, dois assuntos que eu curto bastante! É que nós fomos em busca do marco sudoeste da missão Cruls que veio explorar o Planalto Central em 1892 para definir o local onde seria a nova capital do Brasil.

Saímos de Taguatinga pela BR-060. Em frente ao condomínio Asa Branca atravessamos para Santo Antônio do Descoberto. Estrada boa, mas com algumas “poças de talco” que escondiam buracos.

Depois da cidade pegamos um atalho para a GO-225 que fora utilizado no passeio de Goiás Velho por sugestão do Ulisses. Na época havia um grande rio para atravessar. Agora na seca não passava de um córrego.

Desviamos para o sul por umas estradas mais fechadas e passamos por uma longa descida para chegar na ponte sobre o Rio Areias. Visual nota dez! Atravessamos o rio novamente pela ponte de madeira que dá acesso ao trecho mais travado (cheio de buracos feitos pelas últimas chuvas) onde no último passeio minha moto acendeu a luz de temperatura. Desta vez não houve nenhum problema! :D

Abastecimento em Alexânia e mais 9 km de asfalto pela BR-060. Depois do Rio Galinhas entramos à direita numa estradinha cheia de curvas de nível que vai pra Olhos D'Água.

Daqui pra frente o trajeto previsto faria muitos zigue-zagues por dentro de fazendas. Porteiras eram esperadas, mas a surpresa foi uma grande porteira pintada de branco e trancado por cadeado. Fomos informados por um caminhoneiro que aquela fazenda havia sido comprada recentemente por um deputado goiano e ele mandou trancar os acessos. Fomos obrigados a voltar para Olhos d'Água e seguir para o norte até a GO-225. Ainda tentamos um outro caminho, mas encontramos outra porteira branca e um menino nos confirmou que ali servia de passagem quando não haviam os cadeados.

Almoço em Corumbá de Goiás e mais 30 km até Planalmira. Na verdade, até um ponto no asfalto próximo à localização do marco da expedição Cruls.

Chegando nesse ponto, o marco estava à nossa direita. Por sorte havia uma estrada terra próxima, mas ela terminava numa área de camping à beira do rio e o marco estava do outro lado.

Tentamos uma outra estrada de terra mais pra trás. Chegava numa fazenda. Um funcionário bastante atencioso nos informou que ali não era possível atravessar e nos sugeriu voltar ao asfalto e avançar até a ponte sobre o rio Anicuns. Uma boa dica já que precisávamos passar para a outra margem.

Atravessamos a ponte e entramos na fazenda que leva o nome do rio onde fomos recebidos pelo senhor Ananias. Ele nos informou que a estrada ao longo rio estava muito deteriorada e que “nem égua passa!”. Ele não estava mentindo, mas conseguimos chegar com as motos a uma distância de 500m da localização procurada. Seguimos a pé. Chegamos ao ponto marcado no GPS, mas nada do marco! Voltamos para a sede da fazenda e o senhor Ananias nos sugeriu perguntar no boteco que fica próximo dali. Segundo ele, o dono já mora no local há muitos anos e talvez soubesse mais informações.

Atravessamos a pista e o dono do bar nos informou que, embora não soubesse da missão Cruls, sabia de uma placa de bronze redonda com um triângulo que ficava aos pés da cerca de uma fazenda na parte alta do morro vizinho. Ele explicou com detalhes como chegar lá.

Seguimos as orientações dadas, mas não encontramos o local. Dois senhores que passavam em um caminhão nos informaram que dentro da fazenda Monjolinho havia um “marco do meio do mundo” e que um grupo de jipeiros havia visitado o local. Ele nos explicou como chegar na fazenda e ainda nos deu tangerinas maduras.

Continuamos nossa busca. Na primeira residência da fazenda o rapaz era novo e não sabia do marco. Ao chegar na sede, uma senhora mandou que procurássemos seu marido no curral. O marido , sr. Herley, nos disse para procurarmos seu filho, João Neto, que estava a operar um trator numa das lavouras da fazenda.

Seguimos até o local indicado, atravessando por sobre o terreno revirado com as motos, mas não vimos o trator. Encontramos outros funcionários da fazenda que nos apontaram o córrego onde João Neto estava instalando uma bomba d'água.

Enfim encontramos o rapaz que confirmou a existência do “marco do meio do mundo” bem próximo de onde estávamos. Ele nos deu as últimas orientações. Passamos com as motos ao lado de uma plantação de tomates de onde já se avistavam o marco e paramos na margem do córrego. Atravessamos o curso d'água por sobre uma pinguela e caminhamos mais uma dezena de metros no meio de um matagal que chegava à altura dos ombros! Para dar um passo era preciso levantar a perna o mais alto possível.

Finalmente alcançamos o nosso objetivo. Tiramos algumas fotos e colamos um adesivo do Clube XT600 na placa de metal pintada de branco que fica sobre o marco. A placa foi colocada pelo Jipe Clube de Brasília em comemoração aos 500 anos do Brasil. O marco de bronze foi instalado pelo Serviço Geológico do Exército no ano de 1992 em comemoração ao centenário da missão Cruls.

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Perdidos na fazenda de Seu Ananias
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Já próximos do local correto
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Wil no marco sudoeste
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Marcação do Exército datada de 1992
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Adesivo do Jipe Clube

Abraços, Linhares

Planalmira-GO, 07 de maio de 2016. Editado em setembro de 2019.