Você está visualizando atualmente Grande Sertão Veredas

Grande Sertão Veredas

Passeio top realizado entre os dias 17 e 19 de junho de 2022! Na sexta-feira repetimos o trajeto de 2019 (vide relato). Sábado, uma parte da turma entrou no Parque Nacional e outra parte foi para o balneário do Ney, a 35 km da cidade de Chapada Gaúcha – MG.

Participantes:

  • Adv Costa @arlifran_ de Ténéré 250
  • Carocha @francyscarocha de XRE300
  • Felipe @felipemoreira1610 de Tiger 900
  • Gardel de Africa Twin 1100
  • Júlio @juliocesarsd de Africa Twin 1000
  • Linhares @linharesxt de Africa Twin 1000
  • Lucas Ferreira @lucasferreiraaa de Africa Twin 1000
  • Murilo de DR400
  • Paulão @paulocesarpo001 de Falcon
  • Rafael de Ténéré 660
  • Vinícius @viniciussouzadelucena de KTM 990
  • Wanzeller @wanzeller_ronaldo de Tiger 900
  • Wil de XT660

Saímos do Colorado em um grupo de dez motos pouco depois das 08:00h. Em Formosa, passamos susto com o piso escorregadio dos trechos de obras da BR-020. Parece que eles jogaram água de propósito para baixar a poeira… São três ou quatro viadutos de acesso à cidade que estão em construção ao mesmo tempo!

Encontramos Rafael no distrito de Bezerra, onde ele havia chegado mais cedo para trocar os pneus da moto. Seguimos pela BR-030 até a divisa GO/MG, onde acaba o asfalto. O trecho off começou com muita poeira. Após 20 km o roteiro segue para a esquerda, sentido Formoso. Alguns colegas continuaram na 030, mas perceberam o erro e voltaram. Esta bifurcação é particularmente complicada porque entre as duas opções existe um terceiro caminho que corta a plantação. Utilizamos a técnica de seguir o caminho do meio por algumas centenas de metros até ter certeza que a rota mandava pela estrada mais à esquerda.

Turma reunida, continuamos por um trecho de muita poaca na baixada do Ribeirão do Pinduca! Em seguida descemos uma pequena serra próximo ao Rio São Domingos. Neste ponto um cervo cruzou a estrada bem na minha frente e do Adv Costa! Uma pena que eu tinha acabado de desligar a câmera gopro!

Paramos na beira do rio, mas ninguém animou de tomar banho. Paulão fez um voo de drone e seguimos para o boteco alguns km à frente, onde recomeça o asfalto. Tomamos algumas bebidas e tocamos para Formoso pela MG-400 onde almoçamos e abastecemos as motos.

Wil, que teve um problema na moto assim que saiu de casa, nos avisou que havia trocado a mangueira do sistema de arrefecimento e já estava tudo resolvido. Ele achou melhor seguir direto para Chapada Gaúcha pegando estrada de chão próximo a Cabeceiras. Outro que chegou cedo na cidade foi o piloto Murilo. Ele passou pelo caminho convencional por asfalto levando a DR400 na caçamba da camionete.

Na parte da tarde começamos o trecho entre Formoso e Chapada Gaúcha, onde esperávamos encontrar areia próximo ao Parque Nacional Grande Sertão Veredas. Acontece que logo de início encontramos uns bolsões já bastante grandes. O piloto Wanzeller comprou terreno em menos de 15 km de estrada de chão! Faltavam mais de 100 km e eu realmente fiquei preocupado se daríamos conta de atravessar em grupo de onze motos, sendo nove acima de 600 cilindradas.

Um morador local montado numa Honda Bros nos aconselhou a continuar! Ele disse que este primeiro trecho estava ruim, mas que ia melhorar próximo ao “Chapadão” e depois ficava ruim novamente! O piloto Carocha também fez coro para que continuássemos mais um pouco e passou umas dicas para o Wanzeller. Seguimos adiante e agora foi o Júlio quem começou a se enrolar. Acontece que o Wanzeller acelerou bem neste trecho e só fomos encontrá-lo junto com os demais lá na frente.

De fato a estrada melhorou bastante e pudemos fazer velocidades bem altas. Consequentemente, o trecho bom passou rápido e chegamos na parte de areia branca. Aqui a turma do fundão seguiu “caranguejando” enquanto o Lucas Ferreira ia e voltava em sua AT com pinhão 15 e pneus Rinaldi cravudos! Num dos pontos mais arenosos, encontrei os colegas estavam levantando a Tiger 900 do Felipe. Eu sentei para esperar a turma de trás que estavam demorando. Se estivesse na CRF250L, eu até voltava. Com a moto grande, não animei. Gardel foi atrás da turma para ver o que tinha acontecido. Se não me engano, nessa hora o Lucas estava passando umas dicas para o Júlio. Resultado: ele acelerou forte e levou um tombão!

Perto das 17 horas eu calculei que mesmo devagar não chegaríamos muito tarde no destino, diferente do que eu tinha imaginado no início! Fiquei mais tranquilo. O sol se pondo no horizonte de cerrado nativo estava até “poético” e rendeu belas imagens!

CRF1000L do piloto Lucas Ferreira

Ofereci ao Carocha trocar de moto para ele experimentar a CRF1000L enquanto eu descansava na XRE300. Acontece que o Júlio estava mais precisado de um descanso! Passei a XRE para ele e fui na AT que está com pinhão 16 (a original vem com 17 dentes).

Anoiteceu e já estávamos cruzando lavouras próximo da cidade. Aqui o piso melhora, mas de vez em quando aparece uma poça de areia. O colega da Tiger comprou um terreno e eu ajudei a levantar a moto. Lembro do Wanzeller comentar que estava sem condições de ajudar! Paramos numa encruzilhada a menos de 3 km do asfalto. Voltei para a minha moto, mas o Júlio não quis entregar a XRE para o dono!

Aqui tínhamos a opção de virar à direita e chegar logo no asfalto ou continuar reto e pegar o asfalto mais próximo da cidade. Resolvi seguir reto porque era o caminho planejado e poderia ter algum colega perdido ou até mesmo voltando. Esses quilômetros finais demoraram uma eternidade! Alcançamos o tão sonhado piso de betume negro e foi só alegria! Quando chegamos no hotel, a turma estava toda lá.

Sábado

A equipe de nove pilotos seguiu para o parque acompanhados do guia Zé Preto. Eu, Júlio, Wanzeller e Rafael fomos para o “plano B” que consistia em chegar até o Balneário do Ney a 35 km da cidade. Por acaso os dois ficam na mesma direção e os grupos se cruzaram no caminho. Inclusive, parece que o Paulão diminuiu muito a velocidade ao avistar o Júlio e acabou bloqueando a pista para o piloto de trás, Felipe, que comprou mais um terreno. Desta vez, ele ficou com a perna presa embaixo da moto. Foi ajudado pelos colegas e seguiu para o parque.

A turma tirou a foto oficial na portaria do PNGSV e seguiu para enfrentar os 150 km de areia! Acontece que o Felipe, já sentindo a perna, desanimou após 10 km e resolveu voltar. Foi acompanhado pelo piloto master Lucas Ferreira até a portaria. Lucas disse que acelerou forte para reencontrar o grupo e chegou a 90 km/h no areião!

Enquanto isso, do lado de fora, Rafael me avisou que o Júlio desistiu de seguir até o balneário e estava voltando para a cidade. Tínhamos rodado bem pouco e cogitamos deixá-lo voltar sozinho. No entanto, achei melhor me certificar de que ele chegaria na cidade em segurança. Assim que eu e Wanzeller dobramos a primeira curva, encontramos Júlio com a moto atolada!

Ele conseguiu encontrar alguma pedra (ou tronco de árvore) embaixo da areia e, com a velocidade reduzida, passou apenas a roda da frente. A roda de trás ficou cavando sem sair do lugar. Não foi difícil tirá-la e seguimos até a cidade onde resolvemos ativar o “plano C” e procurar outro meio de transporte para chegar no balneário!

Conseguimos contratar um guia com carro e fomos para o hotel deixar as motos. Nisso chegou o Felipe que pronto se juntou ao grupo! Rafael foi o único que seguiu de moto até o balneário. Aliás, o local estava fechado mas parece que o pessoal mora próximo e foi lá abrir. O nosso guia Elson (Inst.) também fez um contato por telefone antes de sair. O local é simples, mas bastante agradável!

Dentro do parque a turma já estava cansada de tanta areia quando encontraram uma ponte bloqueada por um caminhão “fura-poços” que havia cavado um poço artesiano na base do ICMBio. Ele passou pela ponte na entrada, mas na saída a estrutura começou a ceder. Pelo que eu vi do tracklog a ponte fica sobre o Córrego Boiada.

Após conversa com o guia que estava no grupo de camionetes, o guia das motos Zé Preto sugeriu um atalho no rumo sudoeste que tinha bastante pirambeiras, mas pouca areia. A turma seguiu feliz por esse caminho, aliviados de não precisar voltar todo o percurso. Depois eu soube que os veículos 4×4 também passaram por lá! Essa turma está utilizando modelos novos da Mitsubishi que farão o apoio do Rally dos Sertões este ano. Vide instagram @4x4pordiversao.

No dia seguinte ninguém quis saber mais de off road e todos voltaram por asfalto. Exceção feita ao trecho entre Cabeceiras e o PADF que alguns percorreram. Eu voltei por Formosa mesmo e fiquei contente que os trechos em obra estavam secos, apenas com bastante poeira. Rafael demorou um pouco mais a sair porque ficou trocando os pneus da moto. Paulão e Carocha tinham voltado no sábado à noite. Todos chegaram bem em suas casas e puderam conferir que não houve nenhum dano além de contusões musculares! Confiram o vídeo no Youtube!

E que venham as próximas aventuras!

“O real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia”

— João Guimarães Rosa

Deixe um comentário